quinta-feira, 30 de junho de 2011

Opinião & Cidadania

Veja, em: http://www.procurador-raulino.com.br. Tem política, cultura, direito e muitos outros temas do interesse da própria cidadania.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O ateísmo e a maldade no Brasil e mundo afora


No Brasil, segundo o último censo feito pelo IBGE, nós já somos uma população de quase 200.000.000(duzentos milhões), com pessoas de todas as raças, origens, crenças, etc. Desse universo da população brasileira, apenas 8.000.000(oito milhões) são ateus ou sem religião.

Permeando as redes sociais - facebook, twitter, etc -, no entanto, num debate acirrado que vem sendo travado nos últimos meses, dias..., principalmente entre os jovens crentes e ateus, agnósticos, etc., sobressai o discurso ignorante e sem qualquer base na realidade, originário dos primeiros, que atribui aos últimos, apriorísticamente, o perfil ético/moral negativo, pois seriam pessoas capazes de "tudo na vida", para fazerem as piores maldades e barbaridades, porque não têm Deus no coração.

Ou seja, se levássemos ao pé da letra aquela estupidez desses portadores de fé, os assassinos; estrupradores; assaltantes de toda espécie; corruptos e ladrões do dinheiro público, etc., estariam apenas entre os 8.000.000(oito milhões) de ateus brasileiros - onde se encontram intelectuais; cientistas; acadêmicos; artistas, etc -, enquanto no restante da população, valendo dizer nos quase 192.000.000(cento e noventa e dois milhões) de brasileiros, formado por aquelas "pessoas que têm Deus no coração" sómente há pessoas éticas; de moral e livres de toda a prática de criminalidade. Assim, a escória da sociedade brasileira, do alto à base da pirâmide social estaria entre os 8.000.000(oito milhões) de ateus, "os ímpios."

Ao longo da história da humanidade houve muita barbaridade, e, em especial durante o século XX, que registra dois grandes líderes, mundo afora, assumidamente ateus; no caso, Stálim, na extinta União Soviética, e Mao-Tse Dong, na China, ambos responsáveis por mortes e por assassinatos de milhões de seus compatriotas. Apesar disso, os mesmos, aqui no Brasil, inclusive, ainda têm admiradores no seio da "nova" e da "velha esquerda", principalmente entre os portadores de fé, que é a grande maioria dos que a integram. É preciso citar nomes?

Mas da Alemanha igualmente nos vem outro exemplo, também do século XX, de um terrível genocida e assassino de massas, na pessoa do Adolfo Hitler, que levou à morte quase 6.000.000(seis milhões) de pessoas, num universo constituído, principalmente, de judeus, mas também de ciganos; "mestços europeus", etc. E aquele monstro nazista não era ateu, pois tratava-se de alguém que cria em Deus, embora fosse um atormentado, como são quase todos os assassinos e criminossos de um modo geral, aqui e lá fora, a exemplo de Bin Laden e da maioria dos responsáveis por atrocidades e autores de recentes genocídios de povos da região dos Balcãns, sem esquecermos de dois antagonistas ideológicos de nosso continente, o chileno Augusto Pinochete(católico e pró-capitalismo) e do cubano Fidel Castro(ateu e marxista, mas dizem que, dada a sua idade, recentemente foi convertido à fé pelo ditador Hugo Chaves), este que protegia o facínora crente e marxista Che Guevara, e que fuzilou centanas..., talvez milhares de cubanos no paredão, ou não.

Em nosso país também não faltam exemplos de portadores de fé que foram autores ou responsáveis por mortes e todos os tipos de assassinatos, alguns crudelíssimos e inomináveis, como os praticados pelo cangaceiro Lampião, sanguinário e devoto, aqui apenas um destaque entre centenas, ou talvez milhares de outros. E Lampião, como devoto, não era ateu, absolutamente, como todos sabem.

No que concerne aos crimes de corrupção, a política brasileira vem cheia de exemplos de "homens de fé" que a praticam - a corrupção, claro -, nos três poderes da União e nos três planos federativos. Se fôssemos nos concentrar apenas nos últimos anos, bastaria Brasília - aqui mesmo, onde política e religião se misturam como em poucos lugares, igualmente ao Rio e ao Estado de São Paulo, talvez - para ilustrar a lama que envolve políticos "com Deus no coração" e a nefasta prática da corrupção.

Este pequeno e despretensioso texto pode ser tomado como provocativo, e até pode ser, mas a sua finalidade última é a reflexão, principalmente dos jovens, que andam falando bobagens à toa sobre os ateus, agnósticos, etc. Porém, não é um texto apologético, muito menos proselitista, como os de alguns ateus que agem igualmente aos portadores de fé, em ataques recíprocos e inúteis.

Com fé ou sem fé, o seu único juiz, cidadão e cidadã, deve ser a sua própria consciência, livre e refletida, para não saírmos atribuindo isso ou aquilo de ética e moralmente reprovável apenas porque alguém é ateu ou crente. Uma ou outra condição pode influir na maldade, sem dúvida, mas raramente é determinante, como demonstra a própria história da humanidade.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Opinião & Cidadania

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FAO: finalmente, uma vitória política brasileira e as suas contradições

Como as mídias daqui e de fora vem destacando esta semana, mesmo com uma vitória apertada - de José Graziano da Silva, por 92 votos contra 88, sobre a candidatura dos "países ricos", a do diplomata espanhol Miguel Ángel Moratinos -, e depois de alguns fracassos, derrotas..., o Brasil conseguiu finalmente emplacar um candidato que irá se por à frente de um organismo internacional, e do sistema ONU, que vem ser a FAO - Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agricultura e a Alimentação, com o mandato de diretor-geral da última, que será exercido pelo mesmo José Graziano.

Segundo o "Estadão" de hoje, "Graziano terá de enfrentar questões políticas e econômicas muito mais complexas que as da pobreza brasileira. Sua experiência recente como representante da FAO para a América Latina e o Caribe pode ter sido uma boa preparação para o novo posto. Isso se verá adiante."

Ainda segundo o "Estadão", numa observação permeada pela polêmica, mas nem assim sem deixar de ter lá o seu fundo de verdade, o "acesso à comida seria difícil para as populações mais pobres do mundo, porque as causas de sua miséria são de outra natureza, como a instabilidade política, as ditaduras sanguinárias - algumas muito bem tratadas pelo grande cabo eleitoral de Graziano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - e a baixa produtividade na maior parte da África e nas áreas mais pobres da Ásia e, em muito menor proporção, das Américas."

No entanto, enquanto a realidade aqui e mundo afora impõe a expansão da fronteira agrícola, em nosso país e alhures, para continuar alimentando os que já se alimentam e "as populações mais pobres do mundo", que passam fome, o "Correio Braziliense" destacou, em sua edição de 13/05/2011, que quando da votação do Código Florestal na Câmara dos Deputados o governo teria feito pressão e ameaçado em colocar 90% dos agricultores na ilegalidade, buscando uma alternativa ao projeto constante do relatório apresentado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

Já em sua edição de hoje(28/06/2011), o mesmo "Correio Braziliense", na análise do colunista Aron Feuerwerker vem com a informação de que o brasileiro José Graziano, à frente da Direção-Geral da FAO, pensa em apoiar a expansão da fronteira agrícola na África, precisamente na região da savana africana - com clima e solo, especialmente, similares ao nosso cerrado -, para alimentar os famintos de lá e do resto do mundo.

Quer dizer, assim, que a "fronteira agrícola" pode ser expandida na África, inclusive na grande região da savana africana, mas não pode ser expandida em nosso país? Sim, aqui, em razão de determinadas ações e omissões do "Governo Federal" em articulação velada ou assumida, em alguns de suas áreas, com o movimento ambientalista, que, por via transversa, ou às vezes não, defende(m) interesses de agricultores e das economias do "Primeiro Mundo".

Ali, uma grande e inequívoca contradição nossa, para se acabar com a fome brasileira e ajudar os famintos - do Brasil e do mundo - a deixarem de ter fome, o que vem a ser um desafio e tanto para o José Graziano, que estará à frente da FAO nos próximos anos. Mas os brasileiros conscientes e responsáveis, independentemente da ideologia e da coloração partidária estarão aguardando ou diretamente atuando, de algum modo, pela implantação de políticas públicas coerentes, em favor da alimentação e contra a fome, desde já e nos próximos anos.

domingo, 26 de junho de 2011

Não existe dignidade sem liberdade

A liberdade humana é pré-condição(ainda não me adaptei à "reforma ortográfica") para a dignidade humana, pois esta não pode ser afirmada sem que haja liberdade em favor de sua manifestação, exigência para a sua própria existência. Daí que, nos regimes políticos que impedem o exercício da liberdade - a civil, óbvio, como na tradição das construções filosóficas de Hobbes, Loock e Kant, principalmente, e que hoje tem como exemplos contrários os regimes da China, Cuba, Irã... -, a dignidade humana é mera ilusão decorrente de uma perspectiva de igualdade material, similarmente aos dois primeiros casos, ou de histeria, inflexibiliade e extremismo religioso, segundo aquilo que há na antiga Pérsia e em seus vizinhos.

No Brasil, no entanto, alguns partidos políticos e expressivos setores da nossa intelectualidade ainda permanecem presos àquelas concepções anteriores à "Queda do Muro de Berlim", tão caras à nossa geração - lutei, como muitos outros jovens, à época, contra a ditadura -, que enfrentou e derrubou a ditadura então instalada no poder, mas que continua presa aos dogmas marxistas da estatização total dos meios de produção e da ditadura do proletariado, mesmo após o amplo e inquestionável fracasso do SOREX - Socialismo Realmente Existente, simbolizado pela divisão das "duas Alemanhas", e que arrastou "consigo" a extinta União Soviética e os seus "satélites" da "Cortina de Ferro".

Porém, do SOREX restou Cuba, exatamente aqui em nosso continente, a eterna "vítima" do bloqueio imposto pelos Estados Unidos, esse produzido por um equívoco que resulta num erro de estratégia apenas comparável à falta de um diálogo objetivo e consistente do "império" com o "mundo árabe". Sim, pois se Washington decidisse amanhã acabar com o bloqueio a Cuba, a ilha não seria uma nova China - uma ditadura comuno-capitalista -, como se imagina, pois a prosperidade decorrente e vislumbrada faria com que a relativamente pequena população cubana derrubasse em dois tempos o regime castrista, de uma vez por todas. Com o "mundo árabe", a mudança de paradigma produziria uma situação similar à fortíssima possibilidade cubana, guardadas as suas peculiaridades, óbvio.

Mas no Brasil, no entanto, nos partidos políticos, tanto quanto na academia; nos sindicatos; na intelectualidade dispersa, etc., muitos continuam mantendo a ilusão(?) de que apenas a estatização total dos meios de produção e a ditadura do proletariado - que excluem inescapavelmente a liberdade e impõem a igualdade - são caminhos para a afirmação da dignidade humana. Os constantes "flertes" de Lula com Fidel Castro são pequenos exemplos e prova viva disso aí.

Não, a história já demonstrou que não há outro caminho para a afirmação da dignidade humana que não seja o caminho da liberdade - a liberdade civil, óbvio, aqui em oposição à liberdade natural, a miríade... -, especialmente o conjunto de direitos que aqueles "iludidos"(?) chamam de "liberdades burguesas" - o direito ao voto universal, secreto e periódico e a um governo de maioria; os direito às livres organização e manifestação, à plena e incensurável informação; à irrestrita expressão da arte e do pensamento, de modo geral... -, aquelas que verdadeira e efetivamente asseguram o pluralismo em todos os quadrantes da vida em sociedade, apesar de seus paradoxos e inúmeras contradições, os quais, no entanto, podem ser superados - conforme a própria história -, sem que se atropele a liberdade, condição indispensável à dignidade humana, que repudia a escravidão coletiva, o servilismo ideológico e outras burrices.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Lady Gaga e Zizek?

Hj, em meu twitter: Lady Gaga e Zizek? Taí uma parceria "doidona" e hilária, por isso mesmo interessante. O capitalismo que se cuide, com essa dupla. Rs,rs,rs

sábado, 18 de junho de 2011

Palestra do Embaixador Thomas Shannon na ANPPREV, ontem, e outros assuntos.


Atendendo convite do Forum Nacional da Advocacia Pública Federal e da ANPPREV, a associação nacional dos procuradores federais da área de previdência social, ontem à noite, ao sair do trabalho, fui me fazer presente à sede, aqui em Brasília, dessa prestigiada instituição - da mesma ANPPREV, da qual sou associado e um dos fundadores, isto ainda no início dos anos 1990 -, na palestra do Senhor Thomas Shannon, o atual embaixador dos Estados Unidos no Brasil. O eminente palestrante discorreria sobre as "Repercussões da visita do Presidente Obama ao Brasil e o Desenvolvimento de uma Parceria entre os Estados Unidos da América e o Brasil para o século XXI". E assim fez.

No pequeno auditório disponibilizado para o ilustre palestrante e seus ouvintes estavam novos e veteranos procuradores federais, como eu, além de outros colegas das quatro carreiras jurídicas - constituídas de procuradores federais; procuradores da Fazenda Nacional; procuradores do Banco Central e advogados da União -, que defendem a "viúva" e as instituições federais; diplomatas; parlamentares; juízes; membros do Ministério Público, entre outras autoridades.

Em sua palestra, o embaixador Thomas Shannon fez breves registros sobre o histórico das relações diplomáticas Brasil/Estados Unidos da América, antes de adentrar no tema das "Repercussões da visita do Presidente Obama ao Brasil e o Desenvolvimento de uma Parceria entre os Estados Unidos da América e o Brasil para o século XXI". Na vez das mesmas "repercussões", o ilustre palestrante tratou de energia e desenvolvimento sustentável; ciência e inovação tecnológica; comércio bilateral e da nossa presença no mundo, etc., mas faltou o ainda delicado - para eles, estadosunidenses - tema da agenda ambiental. Esta última me parece que era das questões que mais interessava aos ouvintes, e o ilustre procurador Souto - da Fazenda Nacional -, que presidia a Mesa, como presidente do Forum, foi quem primeiro provocou o embaixador, com uma pergunta, apenas, ao final de sua excelente exposição, mas fomos elegantes, por óbvio, tanto o procurador como os demais colegas e outras autoridades presentes. Depois daquilo, eu fiquei sem saber de mais nada, pois tive que me ausentar para levar meu filho no Aeroporto JK.

Porém, durante toda a palestra do embaixador Thomas Shannon, eu - como os demais presentes - fui um ouvinte atento e interessado, ao contrário do que aconteceu comigo durante palestra, também aqui em Brasília - em um almoço, no restaurante Porto Vitória -, de John Danilovich, o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, numa determinada fase do "Governo Bush". Naquela ocasião, ao contrário da maioria dos presentes, eu deixei de lado a audição e fixei os olhos, o tempo todo, numa bela senhora ao lado do Danilovich, que era a sua própria mulher, a suave Irene, inesquecível em sua beleza e suavidade. Nem lembro do que falou o marido dela.

X - X- X


Tá bom assim, companheiro?

Mudando de assunto, numa das entrevistas que o Fernando Henrique concedeu esta semana, dentro das comemorações dos seus 80 anos - que ele completa exatamente hoje, 18 de junho -, para provocar o Lula - para que seria, se não fosse para isso? -, ele disse, com todas as letras, que dava palestras mundo afora em quatro idiomas. Isso mesmo, em quatro idiomas, como se já não soubéssemos disso.

Eu, daqui, no entanto, em nome do Lula - mas sem autorização dele, que nem se lembra mais daquele jovem advogado que o ajudou a fundar o PT, em 1980, Piauí acima e abaixo -, respondo ao Fernando Henrique que eu, um simples escritor piauiense, poderia palestrar não apenas em quatro idiomas, mas até em cinco, seis..., se estiver com o meu irmão mais velho - o médico Laurindo Raulino Filho, residente lá em Teresina - ao meu lado, como intérprete/tradutor. Com ele, FHC, eu poderei palestrar em inglês, francês, espanhol, alemão, árabe... - sim, até em árabe. Não sei se eu terei ouvintes na platéia, mas é o troco que dou para o FHC, em nome do Lula. Tá bom assim, companheiro?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Nas obras da Copa e Olimpíadas, roubalheira à vista


No último dia 15(quarta-feira), aqui em Brasília, a Câmara dos Deputados aprovou o primeiro passo para a realização de obras a toque de caixa para a Copa do Mundo, em 2014, e para os jogos Olímpicos, em 2016. É o que vem trazendo a mídia - O Estado de São Paulo e o Correio Braziliense, lidos há pouco -, isso desde ontem, com o chamativo destaque de que a medida provisória que disciplina o assunto "flexibiliza" as licitações para as obras dos dois eventos - Copa do Mundo, em 2014, e Olimpíadas, em 2016 -, nos moldes desejados pelo governo, o que leva os mais diferentes setores e áreas da sociedade à promoção de sérias críticas ao Poder Executivo da União e à mesma Câmara dos Deputados.

Consta da proposta do governo um sigilo dos gastos com as obras. "Sigilo de gastos"? Sim, essa e outras aberrações jurídicas, a exemplo, também, de que uma mesma empresa se responsabilize por todas as fases da obra, incluindo o projeto e a execução, contrariando, assim, as regras da Lei nº8.666, que exige sejam feitos por empresas diferentes o projeto inicial e a execução da obra, como forma de evitar o superfaturamento e de conhecer a previsão de custos de determinada obra.

A controvérsia sobre o "sigilo de gastos" tem origem na própria expressão, empregada no texto aprovado na quarta-feira, pela Câmara dos Deputados, que permite sejam os gastos previstos sigilosos e mostrados apenas aos órgãos de controle. Ora, como bem observa a mídia, as leis vigentes impõem a publicidade das despesas públicas, o que, aliás, é princípio inscrito na própria Constituição Federal, o da publicidade, ao lado do princípio da moralidade e outros destinados à gestão transparente da coisa pública.


Para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, essa "MP da Copa e Olímpíadas" é "escandalosamente absurda", e não sem razão, quando também observa: "Exatamente por ser um chamado megaevento, as despesas também são megadespesas. Por isso, impõe-se que os cuidados com essas despesas sejam ainda maiores."

Com razão, o procurador-geral da República, mas os senhores parlamentares parece que pouco se importam com a imprescindível exigência de transparência, quando se trata da coisa pública, e assim até colaboram com o espírito dominante no governo - especialmente no Poder Executivo da União - de que as obras sejam realizadas "a toque de caixa".

Rica e pobre União, a um só tempo viúva explorada e violada com iniciativas "a toque de caixa"; "sigilo de gastos", etc., tudo que oportuniza superfaturamento e estouros de orçamento, os dois maiores amigos da corrupção, da roubalheira... Te cuida viúva, e você também, contribuinte, como eu, que a sustentamos.

Por situações e possibilidades mais que plausíveis, como as registradas acima, é que devemos começar a repensar seriamente se o Brasil deve mesmo fazer esses dois megaeventos, como o Lula insiste, com quase absoluta cumplicidade da mídia e da área esportiva, que dizem defender os interesses do país, embora saibamos que defendem apenas os seus próprios interesses - políticos, promocionais, financeiros, etc.

Este nunca foi e nem é um país de todos. Aguenta, Brasilllll.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Perseguição política a um procurador federal independente



Como resultado da minha independência política, filosófica e a tudo mais que diz respeito ao pensamento e à liberdade de expressão e informação, eu acabo de ser notificado por uma Comissão de Processo Administrativo Disciplinar - CPAD para responder a processo disciplinar pela alegada prática de supostos fatos que teriam ocorridos em fins de 2007, princípios de 2008 e que agora foram requentados, com clara e inequívoca finalidade de intimidação, ou algo similar. Como não há como esse governo me calar nem impedir que eu me manifeste enquanto cidadão, tentam me intimidar com "histórias" requentadas, com questionamentos sobre supostas perdas de prazos processuais - que não aconteceram, como já demonstrei há pelo menos dois anos -; "falta de urbanidade"; "brigas e discussões", no recinto da instituição, etc. Mas não me calarão.

Continuarei aqui, como faço em meu site(www.procurador-raulino.com.br/); em revistas eletrônicas da área jurídica e de assuntos gerais(vide o meu nome no "google"); no twitter e no facebook de mais redes sociais, bem assim na imprensa livre, de Brasília e do Brasil, a questionar tudo aquilo que eu entendo de questionar, como cidadão livre e independente - minha primeira e principal condição de ser livre, pois que segue esta condição se subordina à mesma -, e nada vai me calar, não esse governo e os seus áulicos, instalados no Poder Executivo da União e nas outras instituições contaminadas pelo jogo de interesses e pela cooptação mais descarada e maniqueísta que se possa imaginar. Nem a ditadura militar me calou - contra a qual lutei ainda na universidade -, e não será esse governo e aqueles que orbitam ao seu redor que me calarão.

Sim, desde a restauração democrática e início da vigência da ordem jurídica e política fixadas pela atual Carta Política, aos dias de hoje, venho questionando a legitimidade do Poder Judiciário brasileiro - além de palestras proferidas e de trabalhos publicados sobre o tema, sou o autor intelectual da PEC Nº526/2006, apresentada pelo ex-deputado Carlos Mota(PSB/MG), proposição, aliás, autualmente arquivada na Câmara dos Deputados, aguardando que um parlamentar a desarquive - e não somente isto; também questiono e denuncio a corrupção e os desmandos nos três poderes, enquanto cidadão, escritor e articulista, mas também como operador do direito, nos processos em que atuo na defesa do interesse público e das instituições federais.

Seguindo nestas trilhas de independência moral e intelectual, devo destacar que em 2009, como muitos outros brasileiros questionei a indicação/nomeação do ex-Advogado Geral da União e atual do Supremo Tribunal Federal Ministro Antonio Dias Toffoli para o cargo que ocupa nessa Corte, e, então, eu mobilizei forças dentro e fora do parlamento(no Senado Federal, especialmente) para que referida nomeação/indicação fosse barrada. Escrevi até artigos e comentários sobre o assunto para todas as mídias, mas apenas uma, a do site jurídico "Âmbito-Jurídico"(www.ambito-jurídico.com.br/)que teve a dignidade e a coragem de publicar um texto meu, sob o título "O advogado do PT no Supremo"(também em meu site: www.procurador-raulino.com.br). Nem toda a força do governo, no âmbito do Congresso Nacional(Senado Federal, especialmente), da mídia e em suas diluições visíveis e invisíveis, num verdadeiro "rolo compressor" fizeram-me sentir acuado, ou louco como um Quixote. Nunca! A minha consciência e a força das minhas convicções foram maiores que tudo isso aí.

Por último, junto com os meus pontos-de-vista acerca da governabilidade e sobre o que mais se passa aqui em Brasília nos tres poderes da União, publiquei neste blog; em meu site; nas redes sociais..., como twitter, facebook, etc, questionamentos sobre as últimas visitas do ex-presidente Lula ao "Ditador Perpétuo" de Cuba - o idolatrado Fidel Castro, dele e dessa esquerda velha e carcomida, que ainda insiste em tê-lo como "Guia"-, questionamentos sobre o assunto, que não chega a muitos, por óbvio - bem o sei -, mas chega aos formadores de opinião, alguns poucos, certamente, embora com alcance bastante para incomodar os governantes, nos mesmo tres poderes da União.

Na sequência da minha linha crítica ao Executivo e ao Judiciário, na última sexta-feira, 10 de junho, postei neste blog, com link direto nas redes sociais(twitter e facebook, especialmente), o artigo que segue:

"O POETINHA DO SUPREMO(a outra peça da engrenagem do governo no "Caso Battisti", desfechado na última quarta-feira, aqui no Brasil)

Inicialmente, um brevíssimo esclarecimento sobre a expressão "peça na engrenagem do governo", empregada acima, como subtítulo deste artigo.

Ora, o poetinha do Supremo, como todos sabem, é o eminente ministro Carlos Ayres Brito, e isso não é preciso advinhar. Agora "peça na engrenagem do governo" não é, absolutamente, uma expressão leviana da minha parte, para sugerir uma hipotética gratidão do notável jurista sergipano ao governo petista; isso não, definitivamente, por óbvio.

Quando emprego a expressão "governo", como geralmente faço nas referências aos agentes políticos, não significa que estou enquadrando esse ou aquele no âmbito do Poder Executivo, seja o federal ou o estadual. Quem conhece o mínimo de minha obra mínima sabe que "governo", ao meu entendimento é a máquina do Estado que o conduz, constituída, por óbvio, pelos tres poderes, e não apenas pelo Poder Executivo, como se emprega alhures. Assim, "peça na engrenagem do governo" é expressão que insiro "dentro"(perdão pelo erro/inadequação/impropriedade) do meu conceito de Estado. Agora voltemos ao assunto.

Bom, ainda sobre o "Caso Battisti", objeto de minha blogagem de ontem - 09/06/2011 -, dia seguinte à prevista decisão do Supremo, para negar ao Estado Italiano o límpido direito à extradição do ex-terrorista e notório assassino peninsular, registro agora que, quando "quebrei" o princípio constitucional da impessoalidade - essa novel peça da ficção jurídica, filha da hipocrisia, mas tão cara e indispensável aos operadores do direito, em nossas argumentações -, nas referências ao Lula e ao "Pangaré Gaúcho" deixei de fora, por um lapso, o poetinha do Supremo. As suas declarações de ontem sobre a determinação da Itália em levar o "Caso Battisti" à Corte Internacional de Justiça de Haia, no entanto, puseram o foco da mídia no poetinha, e eu não perco a deixa.

Segundo a mídia, o poetinha do Supremo teria estranhado a determinação da Itália em levar o "Caso Battisti" à Corte Internacional de Justiça, onde são julgadas questões de Direitos Humanos. Dali vem a pergunta infantil, mas também maliciosa, que qualquer índio, igualmente, poderia fazer ao seu protetor: E que o Brasil fez aos familiares das vítimas desse assassino e ex-terrorista, por acaso, não foi uma clara violação aos Direitos Humanos, cara pálida?

Ora, o poetinha do Supremo, tão romântico, telúrico e apaixonado pela natureza; pelo índio - que o diga o Estado de Roraima, hoje destruído pelo seu voto, com os outros majoritários, no "Caso Raposa Serra do Sol" -, etc, esqueceu das vítimas - os mortos e os seus familiares - do facínora italiano? Pois é, poetinha, além dos "lacaios da burguesia", como o "Pangaré Gaúcho" talvez assim considere os pobres italianos assassinados pelo patrício, restaram alguns familiares dos mesmos para assistir pela mídia aquela vergonhosa decisão do Supremo, um deles até tomando-a como "um soco no estômago".

Porém, o poetinha, além de romântico parece ser também um desses juristas de grande "sensibilidade social"- um coração de mantega -, ao ponto de ter uma mente vermelha, como já várias vezes demonstrou, igualmente ao "Pangaré Gaúcho" e ao próprio Lula - hoje, apenas um ex-operário que um dia foi presidente -, esse que às vezes dissimula e tenta enganar os seus "amigos" banqueiros, mas não engana, principalmente quando faz constantes viagens a Cuba, para conspirar contra a nossa democracia - quer uma Constituinte definitivamente gramscina, para facilitar a implantação da falida, mundo afora, "ditadura do proletariado". E a coerência, poetinha, onde fica?

Quer dizer que os Direitos Humanos só valem para os índios; os "gays"; "as minorias" do Terceiro Mundo? Para os "lacaios" da burguesia italiana - guardas, padeiros... -, que morreram no cumprimento do dever, enfrentando um facínora que terminou por matá-los, não valem? Então, ali o jurista de esquerda mata o poeta? Tenha santa paciência, poetinha.

Mas aguardem, vítimas("lacaios") e familiares - que ainda os lembram, e nada melhor e pior que a memória - do facínora italiano que os Direitos Humanos unilaterais - sendo elegante - da Corte brasileira serão revistos em Haia. A vergonha brasileira ali sera dissecada, exposta... FIM.

E agora; o que vocês acham? Será que eu devo pedir asilo ao Estado Italiano, ou uma troca entre eu e o dissimulado assasino e ex-terrorista Cesare Battisti, que o Lula e o Supremo decidiram acolher aqui em nosso país?

Não! Lutei contra a ditadura militar, inclusive fundando o PT - de onde eu saí antes de completar um ano de filiação, para fundar o PDT do Brizola, a seguir -, em 1980 no Piauí e Brasil adentro, ao lado do Lula, inclusive. Por que agora sairia do meu país?

terça-feira, 14 de junho de 2011

O ópio, em breve síntese






Ficção mais recente do escritor Láurence Raulino,
este romance foca o cotidiano e passagens
fundamentais da vida do professor Aquiles
Oeirense dos Anzóis Pereira, o protagonista e
narrador da obra, que também se converte num
inusitado autor da mesma. Nela, os registros da
vida de Aquiles – num texto que não foi editado,
nem sofreu cortes, alterações..., portanto – que se
constituem em objeto de interesse memorial e de
direção na dinâmica da sua consciência vão de
abril de 1985 a janeiro de 2004, embora vez por
outra haja regressão temporal, com passagens
por períodos anteriores. De qualquer modo,
progressiva ou regressivamente, ali estão tempos
vividos pelo protagonista ou acontecimentos
registrados nas recentíssimas histórias do país e
do mundo.

A narrativa começa com a notícia do falecimento
de Tancredo Neves – o ex-senador e ex-governador
de Minas Gerais, eleito presidente da
República –, em São Paulo, onde termina, quase
19 anos depois, com a presumida morte do
próprio narrador, supostamente assassinado no
final das festividades comemorativas dos 450
anos da capital paulista. E se alguém o matou
mesmo, quem o teria feito?

Embora ateu desde muito cedo, por força de
prematura formação intelectual marxista – pois
iniciada na adolescência –, o brasileiro Aquiles (do
Piauí, como o autor real, que também figura na
obra), mantém seu encanto, no decorrer da vida,
pela beleza e a força do amor – especialmente
pelo ângulo do erotismo; neste, com a vazão dada
à libido e à atração pelas/com as mulheres –, em
especial depois de se desligar da esquerda e da
militância política, para ingressar no almejado
mundo da experiência burguesa, uma opção que
se punha em seu horizonte e que se colocava
como perspectiva de vida, ainda em suas origens.
O “ópio”, do título, neste diapasão, vem ser aquela
mesma palavra empregada originalmente por
Feuerbach, quando se referia à religião e
proclamava a conhecida e famosa síntese: “A
religião é o ópio do povo”. Para o protagonista e
narrador de “O ópio”, no entanto, não apenas a
religião o é, mas igualmente pode sê-lo o amor, o
dinheiro, o sexo..., ou seja, esses e todos os mais
diversos meios de se escapar da falta de sentido
da vida – aqui, não na perspectiva romântica e
shopenhauriana, mas talvez em viés
existencialista – e da inexorabilidade da morte – a
que leva a outra “rumo ao nada”.

Entretanto, ao contrário do que ocorre com
conhecidas implicações surgidas da afirmação
feuerbachiana, e, mais ainda, do concebido por K.
Marx – o mais ilustre dos epígonos do carrasco do
idealismo alemão (Feuerbach), esta obra não faz
qualquer apologia do ateísmo, porquanto é de
interesse íntimo e igualmente objetivo do
protagonista a crença coletiva, à medida que ele, de
forma contraditória, mas também cínica e
absolutamente conservadora, faz inscrição na
expectativa de sua permanência, por temer a
descrença geral como algo potencialmente
imprevisível, inclusive política e socialmente.

O título alternativo da obra – “Memória e
consciência...” –, por sua vez, logicamente estaria
em desordem, já que, na natureza, consciência e
memória é a ordem natural..., posto que a primeira
constitui-se em capacidade humana anterior e
origem de tudo aquilo que se deposita na última. No
contexto da presente, todavia, em que a seqüência
natural não se deixa observar e onde tudo se
mistura e se embaralha – memória e consciência,
consciência e memória... –, não há preocupação
em obedece-la, pois o que orienta a narrativa – se é
que aqui há mesmo uma orientação – é apenas o
tempo físico, ou histórico, que – óbvio – tem relativa
autonomia da subjetividade, ou, mais ainda e
especificamente, da pessoa do narrador.

Eis, finalizando e em síntese, “O ópio”, ou “Memória
e Consciência...”.

Sou ateu, mas não faço apologia do ateísmo, muito menos proselitismo

Sou ateu, mas não faço apologia do ateísmo, muito menos proselitismo. Isto, apenas em razão - e que razão! - do risco de convencer...
Se convencida, a pessoa logo poderá ficar vazia, ou mesmo aos poucos...
E vazia, a pessoa poderá se tornar perigosamente vazia, para si e para os outros. E nada há para se por no lugar da fé, essa fantasia primitiva - sem fazer apologia, nem proselitismo do ateismo - e ainda indispensável, para a grande maioria da humanidade.
A pessoa "convencida" poderá vir a ser dominada pelo desespero, e, já descrente, pelo "convencimento" de outrem, quando não perde a vida - antes, óbvio -, poderá matar um ou mais...
Eis uma razão, dentre outras, para eu defender a fé, ainda uma arma da paz, contra a desordem, o caos..., os inimigos da liberdade.
Sim, com a desordem e o caos vem a barbárie - a síntese de ambos, em seu extremo -, mundo no qual é impossível a liberdade.
Sem liberdade ainda poderá restar o amor, irmão do pavor, que pode matar o primeiro, como Caim fez com Abel, na mitologia bíblica.
Assim, embora ateu, eu defendo a fé, que não poucas vezes leva à guerra, mas também à paz. E sem paz, como bem demonstrou Thomas Hobbes, não há liberdade, condição humana intrínseca ao ser, igualmente à capacidade de amar.
Concluo que se alguém vir a ser ateu, como eu ou qualquer outro, que seja pela própria consciência, e não por apologia, proselitismo, moda...
Ateismo não é como a roupa, que se tira e põe.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

De volta ao "Caso Palocci", na tramitação pela PGR

“A lei penal não tipifica como crime a incompatibilidade entre o patrimônio e a renda declarada. As quatro representações não vieram instruídas com qualquer documento. Nenhum elemento que revelasse, ainda, que superficialmente, a verossimilhança dos fatos relatados”, diz o parecer do eminente Procurador-Geral da República.

Realmente, em princípio, não há necessariamente "incompatibilidade entre o patrimônio e a renda declarada", o que, aliás, não é tipo penal, como bem observou em seu parecer, sobre o "Caso Palocci", o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Talvez, como qualquer outra pessoa de bom senso, o último tenha cogitado ali sobre a hipótese de o ex-ministro Palocci haver recebido uma grande herança, e ninguém sabia - um sigilo normal para o ex-prefeito ribeirãopretano, que não gosta de revelar os seus clientes, quanto mais se um defunto - quem vai atrás do morto? - o favorecera; ou, noutra hipótese, de o ex-ministro haver sido o ganhador de um grande prêmio da Mega Sena. Não, não achem graça; tudo são apenas hipóteses.

Sim, e já que a lei penal não tipifica "como crime a incompatibilidade entre o patrimônio e a renda declarada", não seria nem preciso apurar o que continha nas representações, que nem foram instruídas com qualquer documento. Onde estaria a verossimilhança dos fatos relatados, portanto?

Uma perguntinha apenas: o Ministério Público não é o fiscal da lei e não pode apurar, ou mandar apurar - já que tem esse poder - o que é noticiado por qualquer meio legítimo - há hipóteses em que às vezes até nem tão, não? -, inclusive por representação? Perguntinha inocente, por óbvio.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O poetinha do Supremo(a outra peça da engrenagem do governo no "Caso Battisti", desfechado na última quarta-feira, aqui no Brasil)

Inicialmente, um brevíssimo esclarecimento sobre a expressão "peça na engrenagem do governo", empregada acima, como subtítulo deste artigo.

Ora, o poetinha do Supremo, como todos sabem, é o eminente ministro Carlos Ayres Brito, e isso não é preciso advinhar. Agora "peça na engrenagem do governo" não é, absolutamente, uma expressão leviana da minha parte, para sugerir uma hipotética gratidão do notável jurista sergipano ao governo petista; isso não, definitivamente, por óbvio.

Quando emprego a expressão "governo", como geralmente faço nas referências aos agentes políticos, não significa que estou enquadrando esse ou aquele no âmbito do Poder Executivo, seja o federal ou o estadual. Quem conhece o mínimo de minha obra mínima sabe que "governo", ao meu entendimento é a máquina do Estado que o conduz, constituída, por óbvio, pelos tres poderes, e não apenas pelo Poder Executivo, como se emprega alhures. Assim, "peça na engrenagem do governo" é expressão que insiro "dentro"(perdão pelo erro/inadequação/impropriedade) do meu conceito de Estado. Agora voltemos ao assunto.

Bom, ainda sobre o "Caso Battisti", objeto de minha blogagem de ontem - 09/06/2011 -, dia seguinte à prevista decisão do Supremo, para negar ao Estado Italiano o límpido direito à extradição do ex-terrorista e notório assassino peninsular, registro agora que, quando "quebrei" o princípio constitucional da impessoalidade - essa novel peça da ficção jurídica, filha da hipocrisia, mas tão cara e indispensável aos operadores do direito, em nossas argumentações -, nas referências ao Lula e ao "Pangaré Gaúcho" deixei de fora, por um lapso, o poetinha do Supremo. As suas declarações de ontem sobre a determinação da Itália em levar o "Caso Battisti" à Corte Internacional de Justiça de Haia, no entanto, puseram o foco da mídia no poetinha, e eu não perco a deixa.

Segundo a mídia, o poetinha do Supremo teria estranhado a determinação da Itália em levar o "Caso Battisti" à Corte Internacional de Justiça, onde são julgadas questões de Direitos Humanos. Dali vem a pergunta infantil, mas também maliciosa, que qualquer índio, igualmente, poderia fazer ao seu protetor: E que o Brasil fez aos familiares das vítimas desse assassino e ex-terrorista, por acaso, não foi uma clara violação aos Direitos Humanos, cara pálida?

Ora, o poetinha do Supremo, tão romântico, telúrico e apaixonado pela natureza; pelo índio - que o diga o Estado de Roraima, hoje destruído pelo seu voto, com os outros majoritários, no "Caso Raposa Serra do Sol" -, etc, esqueceu das vítimas - os mortos e os seus familiares - do facínora italiano? Pois é, poetinha, além dos "lacaios da burguesia", como o "Pangaré Gaúcho" talvez assim considere os pobres italianos assassinados pelo patrício, restaram alguns familiares dos mesmos para assistir pela mídia aquela vergonhosa decisão do Supremo, um deles até tomando-a como "um soco no estômago".

Porém, o poetinha, além de romântico parece ser também um desses juristas de grande "sensibilidade social"- um coração de mantega -, ao ponto de ter uma mente vermelha, como já várias vezes demonstrou, igualmente ao "Pangaré Gaúcho" e ao próprio Lula - hoje, apenas um ex-operário que um dia foi presidente -, esse que às vezes dissimula e tenta enganar os seus "amigos" banqueiros, mas não engana, principalmente quando faz constantes viagens a Cuba, para conspirar contra a nossa democracia - quer uma Constituinte definitivamente gramscina, para facilitar a implantação da falida, mundo afora, "ditadura do proletariado". E a coerência, poetinha, onde fica?

Quer dizer que os Direitos Humanos só valem para os índios; os "gays"; "as minorias" do Terceiro Mundo? Para os "lacaios" da burguesia italiana - guardas, padeiros... -, que morreram no cumprimento do dever, enfrentando um facínora que terminou por matá-los, não valem? Então, ali o jurista de esquerda mata o poeta? Tenha santa paciência, poetinha.

Mas aguardem, vítimas("lacaios") e familiares - que ainda os lembram, e nada melhor e pior que a memória - do facínora italiano que os Direitos Humanos unilaterais - sendo elegante - da Corte brasileira serão revistos em Haia. A vergonha brasileira ali sera dissecada, exposta...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

BB&B - Brasil, Battisti & Barbárie(ou Bandalheira)

O Estado brasileiro, inicialmente pelo Poder Executivo da União, e por último pelo Poder Judiciário também da União tomaram medidas de guarda e proteção em favor de Cesare Battisti, um ex-terrorista e sanguinário assassino, em clara violação às leis interrnacionais e à soberania do Estado italiano, "como nunca visto antes na história deste país".

Na defesa do estrambótico ato do ex-presidente da República, que negou a extradição à Itália de Cesare Battisti, foi reconhecido que o ex-terrorista e assassino não era, afinal de contas, um perseguido político, em que pesem todas as crises pelas quais passara o Estado italiano desde o pós-guerra, mas de lá para cá jamais houve quebra da ordem democrática, golpes de Estado e coisas assim, tão habituais, até outro dia, em nosso continente. Trata-se de um elemento que praticara crimes comuns, sem caráter político, embora à época militasse numa organização de esquerda conhecida por PAC - Proletários Armados pelo Comunismo.

Embora criminoso comum, portanto, conforme reconhecera a assessoria jurídica do ex-presidente da República em longa e confusa defesa do estrambótico ato do mesmo perante o Supremo Tribunal Federal, o então Presidente da República dizia temer..., receiar que o facínora italiano, que pôs fim à vida de quatro pais de família no país amigo poderia sofrer abusos; injustiças; ser molestado...

Quer dizer que um país soberano e democrático como a Itália - isso há muito mais de meio século, pelo menos - tem as suas instituições questionadas no ato do ex-presidente da República do Brasil, que mostra-se solidário e "com peninha" de um ex-terrorista e autor de assassinatos comprovados no país amigo, apenas porque o elemento é de esquerda? Sim, pois não há outra justificativa, cruamente, que não essa, para ser negada à Itália o direito à extradição - conferido e fixado por Tratado Internacional bilateral - do criminoso. Um vexame!

E pensar que tudo isso aí teve início com o ato do então ministro Tarso Genro, da pasta da Justiça, que decidiu contrariamente ao entendimento anterior do CONARE - Comitê Nacional para os refugiados, vinculado ao Ministério da Justiça - pela concessão de asilo político ao facínora italiano. Tarso, o vermelho pangarezinho gaúcho e atual governador do Rio Grande do Sul, encontrara, ali, então, mais uma oportunidade para afirmar as suas convicções de "homem de esquerda", e pouco importava que o seu protegido tivesse matado quantos burgueses e lacaios da burguesia fossem. E daí? Se os matara mesmo - coisa que o ex-terrosrista continua negando, apesar de todas as provas existentes -, a sua mente vermelha pode, hipoteticamente, ter achado que fora por uma boa causa, a causa da luta pela implantação do comunismo na Itália dos seus ancestrais, que de lá saíram para "fazer a América". E fizeram, mas o pequeno continua "um gauche", embora burguês.

E o ex-presidente da República, sempre grande admirador de Fidel Castro e de outros ditadores como ele e populistas como Chaves - "por que não te calas?" - de igual naipe, embarcou bonitinho naquela historinha do "Pangaré Gaúcho". Uma vergonha para o Brasil; grande vergonha!

Agora o Estado italiano diz que levará o "Caso Battisti" ao Tribunal de Haia, que talvez lhe faça a Justiça aqui negada - ao mesmo, ao povo italiano e aos familiares dos quatro cidadãos assassinados pelo ex-terrorista, há anos um pária internacional, menos no Brasil ou em alguns dos poucos países ainda governados por essa esquerda velha e atrasada, e assim violadora dos Direitos Humanos, como Cuba; Irã; Venezuela...

Aguardemos Haia, onde brilhou o nosso Rui Barbosa.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

DSC - Dilma, Shirin e Cesare. Eis a síntese política de Brasília, para esta semana que começa, fora P, de Palocci, que sangra - PS

Enquanto a França ainda se debate com a crise sofrida pela prisão de Dominique Strauss-Khan, o famoso DSK, em Nova York, aqui em Brasília a semana política começa inquietando o governo com outra sigla:DSC - Dilma, Shirin e Cesare, ou, ainda DSB - Dilma, Shirin e Battisti, além de uma menor - mas de um problema igual ou até maior, momentaneamente -, com apenas duas letras: PS - Palocci Sangra. Falemos da sigla DSC - Dilma, Shirin e Cesare, ou melhor DSB - Dilma, Shirin e Battisti.

A sigla DSB não aparenta ter a mesma dimensão do problema que hoje envolve a sigla PS - Palocci Sangra, mas, na verdade, a longo prazo poderá vir a ser um desafio bem maior para Dilma, já que o caso Palocci, de um modo ou outro deverá ter uma solução - qualquer que seja ela - nos próximos dias. Distintamente, as questões internacionais originárias da primeira sigla sugerem desafios bem maiores para a primeira letra - D, de Dilma -, eis que, juntas ou separadas, provavelmente são problemas que se prolongarão a perder de vista.

Sim, Shirin Ebadi, a advogada iraniana ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2003 e a personalidade mais destacada da oposição ao regime iraniano, no plano internacional, estará esta semana no Brasil, e virá a Brasília, determinada a se encontrar com a Dilma. Esta, no entanto, resiste em recebê-la. O Palácio do Planalto informa que Shirin será recepcionada apenas pelo assessor para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, o famoso "top-top" - o daquele gesto obsceno, ainda presente na memória de todos.

Shirin, entretanto, insiste em se encontrar pessoalmente com a própria Dilma, e em reforço à sua determinação, diz: "Se ela apoia os direitos humanos, vai me receber."

Em matéria do jornalista Roberto Simon, publicada no jornal "O Estado de São Paulo" de ontem - 05/06/2011 -, sob o título "Dilma não vai receber Nobel da Paz", há a informação de que o governo, nos bastidores, diz que receber Shirin seria colocar o Brasil dentro de uma "disputa interna indelicada". E como ficará a imagem de Dilma no plano internacional, quando já ensaiou a defesa dos direitos humanos, aqui e lá fora?

Outro pepino grande para o governo é o "Caso Battisti", esta semana - e talvez pela "última vez" -novamente nas mãos do Supremo, embora tenha origem na administração federal anterior - do Lula, pelo lado vermelho e obtuso de sua mente. O Supremo agora - quarta-feira próxima, dia 8 - irá avaliar o ato do Lula que decidiu pela permanência do ex-terrorista e assassino italiano em solo brasileiro, e, assim, negando à Itália, país amigo, democracia sólida, ou seja plenamente estável, apesar da luta armada de lá, desde o pós-guerra.

Por tudo isso, a tensão palaciana não deverá ser pouca, certamente. Veremos.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O bobo na/da Corte de Fidel(ou conspirando contra a nossa democracia)

A fotografia ilustrativa "por demais" - como diriam os pernambucanos do Recife - estampada na primeira página do "Estadão" de ontem(02/06/2011), é "por demais" reveladora da postura submissa daquele que se pretende "nosso guia". Sentado numa postura em visível deslumbramento e em clara submissão, um pouco distante - talvez para não "baforar" na cara do mestre dos aprendizes... -, mas em frente ao velho ditador cubano, em seu trono de "revolucionário perpétuo", esse que pôs no poder, ao derrotar "o zoiúdo", uma ex-guerrilheira.

E ali estava ele, ouvindo as lições e orientações do seu mestre, para depois seguir rumo a Caracas e transmitir ao outro deslumbrado aquilo que o velho mandou dizer para o "herdeiro de Bolívar", que se cobre de petróleo como ridículo tirano para meter medo na democracia sulamericana, que ele quer "varrer do mapa" continental, em seu ímpeto de palhaço fardado, como o outro dos quatro bobos -o próprio, o ilhéu, o equatoriano e o vizinho do "altiplano" - que ainda estão no poder em nosso sofrido Continente, eterna "vítima do imperialismo ianque".

Tristes trópicos, como diria Roger Bastide, e mais ainda por continuarmos sob a ameaça dos filhos de Rousseau, esses românticos revolucionários - com o "mix" do velho e fracassado Marx -, que apenas nos privam do progresso, pelas trilhas do qual seguem os chineses, desde Deng Chiao Ping, o maior pigmeu do Oriente, com os seus olhinhos apertados e que só tinha a cara de bobo, como demonstrou ao seu povo - dele privado até a morte do "camarada" Mao -, a cada dia mais "esperançoso" com os efeitos de sua real e duradoura liderança, essa que resgatou a China dos desastres do líder da "Grande Marcha".

Enquanto o mundo gira, aqui no Brasil assistimos pela mídia o "nosso líder" dando uma de menino de recado do velho e decadente ditador cubano, impassível no chamado daquela senhora, que não consegue livrar o povo ilhéu de sua terrível presença. Mas uma hora ele parte - todos nós partimos um dia -, rumo ao nada.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A trajetória de um gigante financeiro(ou quem está acima não sente (?), mas quem esta abaixo, valha – nos Deus)

Valmir Fonseca Azevedo Pereira(*)



Nascemos no sopé de uma montanha. Alguns por deficiências congênitas ou por diversas razões, num buraco no sopé.

O buraco pode ser maior ou menor, depende da fatalidade que acompanha o nascituro.

A partir do sopé, iremos crescendo e galgando a montanha na esperança de, seguindo acima e avante, alcançar alturas melhores, o que significaria um avanço, tanto no crescimento como na obtenção de conhecimento, de bem estar, de riquezas, de amizades, enfim de vida.

Cada indivíduo pois, traça o seu caminho. Basta seguirmos a trilha deixada por um cidadão para verificarmos a trajetória de sua vida pessoal.

As trilhas se multiplicam, desde as vergonhosas até as mais brilhantes. Podemos ter uma trilha maravilhosa e, no entanto o seu responsável não chegou ao topo, parou numa certa altura, mas quando analisamos a sua luta, o seu esforço e a sua dedicação, não titubeamos em cumprimentá - lo, eis um grande homem.

Outros vão longe, e muito, no topo ou quase.

Como sempre, a dimensão da criatura poderá ser avaliada quando analisamos a sua trilha.

O Palocci foi longe. Para muitos, longe demais.

Isoladamente, juram seus inimigos, ainda estaria no início da montanha. Nas asas do PT recebeu um estrondoso impulso, e lá foi ele, aos píncaros.

Na sua trilha, aqui e acolá montículos ou grandes montes de fedorentos excrementos.

Palocci nunca se importou com o mau cheiro, e seguiu em frente.

Em cada montículo obrado um bilhete esclarecedor.

Temos os montículos de quando foi prefeito de Ribeirão Preto, acusado de receber propina de uma empresa que teria favorecido em licitações da prefeitura; ainda em Ribeirão Preto, o montículo por fraude das cestas básicas; sem contar o montículo da empresa G Tech; tem o montículo do mensalão; tem o caso do Francenildo, e agora o montículo do enriquecimento a jato, e sem maiores delongas, simples assim.

Todos os montículos exalam forte mau - cheiro. O Palocci sobe, mas o estrago fica.

Não fosse um bando de amigos, Palocci poderia estar atrás das grades.

Seus amigos são leais, poderosos e imbatíveis. Atuam em frentes de combate. Acionam todas as armas de defesa e circundam seu apadrinhado com uma barreira intransponível de proteção.

Na verdade, eles possuem a experiência, as ferramentas e sabem como anular, eliminar e desmoralizar qualquer acusação e usam odores deleitantes para disfarçar a fedentina de seus montículos.

Atualmente, alguém mais uma vez está gritando, “olha o que o Palocci fez”.

Deve ser um inimigo, um desclassificado que insiste em denegrir a brilhante trajetória do novo Midas rumo às estrelas.

Quanto ao mau – cheiro, quem está acima não sente (?), mas quem esta abaixo, valha – nos Deus.

(*) - Gen. Bda Rfm.