domingo, 10 de janeiro de 2021

A confusão do voto que JB arma pra 2022



Em 2022 teremos mais problemas, e bem maiores que até aqui, provavelmente, de qualquer maneira, com Jair Bolsonaro: sem voto impresso ou com voto impresso. 


Sem o voto impresso, ou seja apenas com o voto eletrônico, como vem sendo em todas as eleições no Brasil desde 1996, ou hipoteticamente com a impressão do voto eletrônico, se aprovada eventual alteração legislativa, como defende o mesmo Jair Bolsonaro e seu rebanho. 


Se não aprovada nenhuma alteração legislativa no sentido de estabelecer a impressão do voto eletrônico para as eleições de 2022, como já fixado na jurisprudência pátria, Jair Bolsonaro dirá que uma eventual derrota resultará de fraude contra ele, conforme sugerido nas entrelinhas de uma armação discursiva aparentemente infantil, mas visivelmente diabólica, para tentar um golpe de Estado.


Caso aprovada uma improvável alteração legislativa que venha estabelecer a impressão do voto eletrônico, como pretende Jair Bolsonaro e seu rebanho, os problemas que ele deixa nas entrelinhas, mas que bem sabemos do que se trata(as tendências golpistas dele estão claras desde antes da campanha de 2018, bem como de 2019 até agora) não serão afastados, pois o que ele pretende é fazer confusão política se estiver mal nas pesquisas, ou se os resultados eleitorais lhes forem desfavoráveis. 


A impressão do voto eletrônico seria uma festa para a mente golpista de Jair Bolsonaro, pois a celeridade e a certeza daquele - ou seja, as maiores vantagens do mesmo voto eletrônico - perder-se-iam no tumulto proporcionado pela lentidão de uma apuração paralela, que impõe uma lógica de recursos e mais recursos processuais, criando expectativas, ameaças e frustrações no eleitorado brasileiro, um mundo ideal para um líder sem caráter e mal intencionado como o que o Brasil tem hoje na presidência da República. 


Portanto, se Jair Bolsonaro não renunciar ou se não for removido da presidência da República num processo de impeachment até meados de 2022, sua ficha corrida, suas ações no governo e o seu discurso apontam mesmo para sérios problemas nas eleições presidenciais do próximo ano, em qualquer uma das duas hipóteses para o voto eletrônico: com ou sem impressão. 


Se não agirmos agora, depois de 200.000 mortos pela pandemia, junto com toda a incuria com o meio-ambiente e sua destruição calculada, mortes de indígenas, etc, amanhã a conta poderá ser maior, bem maior... 


Democracia ou morte!, justo no ano em que iremos completar 200 anos de nossa independência política.