domingo, 6 de maio de 2012

Lua paulistana

Láurence Raulino(*)















Final de tarde..., quase noite desta sexta,
numa mesa do "Salve Jorge", já vou pra quinta,
da mini loira, acompanhada de pastéis de carne e queijo.
Daqui de perto, sei que ela vem..., pois vim de longe, e não sou besta.
Logo a Lú, linda e tímida, como na canção do Benjor, à frente pinta;
tenho certeza, tanto que me levanto e a beijo.


Em troca, dela ganho o meu, com um abraço.
Mantemo-nos em pé, permutando ósculos e amplexos,
mas dos últimos..., os meus são mais firmes, naturalmente...,
tudo no corpo pequeno e frágil, de uma gata linda, com moral de aço.
E ela ainda é poeta, com nickname, pelo qual navega, sem complexos.
Sim, a conheci na web, onde filosofa e verseja publicamente.


Sentamo-nos, lado a lado, para prosseguir nos beijos e abraços,
mas vez por outra dou um tempo, no propósito de admirá-la;
e assim me delicio com sua beleza, de finos traços.
Ademais, Lú tem cabelos longos e negros, e eu aqui a fitá-la...


Então, à mente me vem “look at her “,
que, como a do Benjor, é uma belíssima canção,
ainda relativamente recente, do R & B One.


Contudo, eu mesmo vejo que ela é uma linda mulher,
e ninguém precisa lembrar que tenho comigo um avião,
completamente..., de fazer inveja até ao bom e velho amigo Tone.


Decido dali que é chegado o momento de sair com ela,
pois quero tê-la inteira comigo, sem mais demora...
Assim..., eu imagino que ela nua deve ser ainda mais bela.
Convite aceito, eu pago a conta e partimos na hora.


Saímos sem rumo, a pé e às pressas, pelo centro velho de São Paulo.
É que ela é casada, e logo será tarde; ademais, estamos loucos...
Por isto procuramos um hotel, qualquer que seja, para nos abrigar.


No caminho, sem sentido ela lembra o que disse Jesus a Saulo,
palavras fora do contexto, ainda mais por sermos ateus, como poucos...
Mas não ligo, pois tudo o que quero agora é fornicar...


Depois de descer e subir ladeiras...
nós entramos no primeiro hotel que encontramos;
poderia ser bem pior, mas agora não é hora de besteiras.
Pagamento adiantado, pelas escadas subimos; andamos...


Rápidos, mal adentramos o quarto e fechamos a porta
eu e ela, ainda com parte das roupas, caímos na cama.
Nos amar..., agora é apenas o que importa.
E para tudo ficar muito melhor, ouço dela que me ama.


Neste momento a tenho linda, sempre linda..., e inteiramente nua.
Do seu corpo, o cheiro suave da tâmara síria com a maçã italiana,
o que talvez seja apenas uma impressão minha, pelas origens dela.
Porém, na real, a penumbra me permite vê-la alva como a lua.
Gata legal, macia e gostosa, tal qual uma mulata baiana,
mas é uma paulistinha dengosa, tipo a morena do Nacib – a Gabriela.


A primeira foi selvagem, e ela me chamou de louco.
Isso depois de tudo aquilo acontecer, e então passarmos a brincar...
Mas a segunda, depois de um tempinho..., foi ainda mais selvagem,
e neste assunto, sei que de louco eu tenho mesmo um pouco,
ainda mais com uma gata especial como a Lú, ali provando me amar.
Pena que depois tudo acabou, quando ela foi pra casa e eu segui viagem.

FIM

(*)- advogado, articulista e escritor(além de poeta, também)

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