terça-feira, 26 de julho de 2011

O ópio, no capítulo 18

“... a fé religiosa não é uma experiência íntima e superior do ser humano, algo único e transcendental... Penso que é apenas uma mentira, a maior de todas as mentiras, na medida em que o destinatário de sua grande inverdade não é exclusivamente o próximo, como acontece com as outras mentiras, mas também, e principalmente, aquele que a guarda consigo. Ainda assim, não se pode condenar esse mentiroso, na medida em que essa mentira pode ser indispensável, e até mesmo vital, para um determinado indivíduo, tanto quanto para a grande maioria da humanidade, que não viveria sem ela. Nem assim, tal mentira deve ser colocada moralmente acima da fantasia ordinária, muito menos distante do delírio dos loucos,
e, no entanto, ao contrário da loucura destes, é aceita e recepcionada pelo senso comum como se fosse uma condição absolutamente normal do ser humano, que, ao contrário daquilo que se concebe dentro dos parâmetros e princípios da racionalidade, julga anormal e inferior, sob
vários aspectos, quem não a tem e nem a pratica”. (O ÓPIO, Capítulo 18, pg.___)

Nenhum comentário:

Postar um comentário