sexta-feira, 10 de junho de 2011

O poetinha do Supremo(a outra peça da engrenagem do governo no "Caso Battisti", desfechado na última quarta-feira, aqui no Brasil)

Inicialmente, um brevíssimo esclarecimento sobre a expressão "peça na engrenagem do governo", empregada acima, como subtítulo deste artigo.

Ora, o poetinha do Supremo, como todos sabem, é o eminente ministro Carlos Ayres Brito, e isso não é preciso advinhar. Agora "peça na engrenagem do governo" não é, absolutamente, uma expressão leviana da minha parte, para sugerir uma hipotética gratidão do notável jurista sergipano ao governo petista; isso não, definitivamente, por óbvio.

Quando emprego a expressão "governo", como geralmente faço nas referências aos agentes políticos, não significa que estou enquadrando esse ou aquele no âmbito do Poder Executivo, seja o federal ou o estadual. Quem conhece o mínimo de minha obra mínima sabe que "governo", ao meu entendimento é a máquina do Estado que o conduz, constituída, por óbvio, pelos tres poderes, e não apenas pelo Poder Executivo, como se emprega alhures. Assim, "peça na engrenagem do governo" é expressão que insiro "dentro"(perdão pelo erro/inadequação/impropriedade) do meu conceito de Estado. Agora voltemos ao assunto.

Bom, ainda sobre o "Caso Battisti", objeto de minha blogagem de ontem - 09/06/2011 -, dia seguinte à prevista decisão do Supremo, para negar ao Estado Italiano o límpido direito à extradição do ex-terrorista e notório assassino peninsular, registro agora que, quando "quebrei" o princípio constitucional da impessoalidade - essa novel peça da ficção jurídica, filha da hipocrisia, mas tão cara e indispensável aos operadores do direito, em nossas argumentações -, nas referências ao Lula e ao "Pangaré Gaúcho" deixei de fora, por um lapso, o poetinha do Supremo. As suas declarações de ontem sobre a determinação da Itália em levar o "Caso Battisti" à Corte Internacional de Justiça de Haia, no entanto, puseram o foco da mídia no poetinha, e eu não perco a deixa.

Segundo a mídia, o poetinha do Supremo teria estranhado a determinação da Itália em levar o "Caso Battisti" à Corte Internacional de Justiça, onde são julgadas questões de Direitos Humanos. Dali vem a pergunta infantil, mas também maliciosa, que qualquer índio, igualmente, poderia fazer ao seu protetor: E que o Brasil fez aos familiares das vítimas desse assassino e ex-terrorista, por acaso, não foi uma clara violação aos Direitos Humanos, cara pálida?

Ora, o poetinha do Supremo, tão romântico, telúrico e apaixonado pela natureza; pelo índio - que o diga o Estado de Roraima, hoje destruído pelo seu voto, com os outros majoritários, no "Caso Raposa Serra do Sol" -, etc, esqueceu das vítimas - os mortos e os seus familiares - do facínora italiano? Pois é, poetinha, além dos "lacaios da burguesia", como o "Pangaré Gaúcho" talvez assim considere os pobres italianos assassinados pelo patrício, restaram alguns familiares dos mesmos para assistir pela mídia aquela vergonhosa decisão do Supremo, um deles até tomando-a como "um soco no estômago".

Porém, o poetinha, além de romântico parece ser também um desses juristas de grande "sensibilidade social"- um coração de mantega -, ao ponto de ter uma mente vermelha, como já várias vezes demonstrou, igualmente ao "Pangaré Gaúcho" e ao próprio Lula - hoje, apenas um ex-operário que um dia foi presidente -, esse que às vezes dissimula e tenta enganar os seus "amigos" banqueiros, mas não engana, principalmente quando faz constantes viagens a Cuba, para conspirar contra a nossa democracia - quer uma Constituinte definitivamente gramscina, para facilitar a implantação da falida, mundo afora, "ditadura do proletariado". E a coerência, poetinha, onde fica?

Quer dizer que os Direitos Humanos só valem para os índios; os "gays"; "as minorias" do Terceiro Mundo? Para os "lacaios" da burguesia italiana - guardas, padeiros... -, que morreram no cumprimento do dever, enfrentando um facínora que terminou por matá-los, não valem? Então, ali o jurista de esquerda mata o poeta? Tenha santa paciência, poetinha.

Mas aguardem, vítimas("lacaios") e familiares - que ainda os lembram, e nada melhor e pior que a memória - do facínora italiano que os Direitos Humanos unilaterais - sendo elegante - da Corte brasileira serão revistos em Haia. A vergonha brasileira ali sera dissecada, exposta...

Um comentário:

  1. Bravo Dr. Láurence... Penso que a minha leiguice jurídica não dá para avaliar certas coisas, mas tenho o meu ponto de vista e acho que as nossas leis só servem para punir os desafortunados. O próprio caso “Batistti” e um exemplo de que só os grandes e de preferencia de outra nacionalidade tem regalias. O caso teve repercussão mundial, onde os senhores ministros do STF criaram uma novelinha no sentido de tecer expectativas para um final feliz. O nosso país e uma mãe e está sempre de portas aberta para abrigar tudo e qualquer um que tenha cidadania Internacional, “é chique né bem!”, não importa se é celebridade, politico ou até mesmo um assassino.
    O seu bom samaritano “poeta”, como você mesmo relatou, faz questão de pousar de bom moço acobertado pelo conselho do STF para votar ou não voltar à extradição do tal, só para se ter uma ideia, em entrevista com o ministro Joaquim Barbosa que também votou a favor da permanência do terrorista cesari basttisti acatado a decisão do Presidente, afinal é o próprio quem os nomeia, faz sentido.
    O repórter fez uma pergunta ao digníssimo: “O Brasil não correria o risco de o Brasil virar refúgio de criminoso!” Sabe qual foi à resposta do ministro Doutor? “O que tenho a dizer sobre este caso está detalhado no meu voto. Não tenho nada a acrescentar”. Moral da história no Brasil quase tudo cai no ostracismo.

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