terça-feira, 14 de junho de 2011

Sou ateu, mas não faço apologia do ateísmo, muito menos proselitismo

Sou ateu, mas não faço apologia do ateísmo, muito menos proselitismo. Isto, apenas em razão - e que razão! - do risco de convencer...
Se convencida, a pessoa logo poderá ficar vazia, ou mesmo aos poucos...
E vazia, a pessoa poderá se tornar perigosamente vazia, para si e para os outros. E nada há para se por no lugar da fé, essa fantasia primitiva - sem fazer apologia, nem proselitismo do ateismo - e ainda indispensável, para a grande maioria da humanidade.
A pessoa "convencida" poderá vir a ser dominada pelo desespero, e, já descrente, pelo "convencimento" de outrem, quando não perde a vida - antes, óbvio -, poderá matar um ou mais...
Eis uma razão, dentre outras, para eu defender a fé, ainda uma arma da paz, contra a desordem, o caos..., os inimigos da liberdade.
Sim, com a desordem e o caos vem a barbárie - a síntese de ambos, em seu extremo -, mundo no qual é impossível a liberdade.
Sem liberdade ainda poderá restar o amor, irmão do pavor, que pode matar o primeiro, como Caim fez com Abel, na mitologia bíblica.
Assim, embora ateu, eu defendo a fé, que não poucas vezes leva à guerra, mas também à paz. E sem paz, como bem demonstrou Thomas Hobbes, não há liberdade, condição humana intrínseca ao ser, igualmente à capacidade de amar.
Concluo que se alguém vir a ser ateu, como eu ou qualquer outro, que seja pela própria consciência, e não por apologia, proselitismo, moda...
Ateismo não é como a roupa, que se tira e põe.

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